Pesquisadores brasileiros criam pele artificial com desempenho semelhante à humana

A pele humana é um órgão essencial, responsável por desempenhar funções cruciais como proteção, regeneração e detecção sensorial. Reproduzir suas características de forma artificial tem sido um dos grandes desafios para cientistas em todo o mundo. No entanto, pesquisadores brasileiros deram um importante passo nesse sentido.

No Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), cientistas conseguiram desenvolver uma pele artificial com desempenho semelhante à humana. A pesquisa, coordenada por Ana Carolina Figueira, envolveu a utilização de uma impressora 3D e "tinta" composta por células humanas doadas por brasileiros.

“Nós temos uma impressora 3D capaz de imprimir pele utilizando células humanas. Esse equipamento foi essencial para alcançarmos esses resultados,” explicou Ana Carolina Figueira, coordenadora do estudo.

O sucesso do projeto ganhou destaque na revista Nature, uma das publicações científicas mais importantes do mundo. Até o momento, existem apenas seis modelos de pele artificial com três camadas publicados no mundo, e a tecnologia desenvolvida no Brasil agora integra esse seleto grupo.

“Hoje, já podemos realizar experimentos para diversas indústrias, incluindo cosméticos, farmacêutica e biomateriais,” destacou Ana Carolina, enfatizando o potencial de aplicação da pesquisa.

Um dos objetivos centrais do projeto é reduzir e, eventualmente, eliminar o uso de animais para testes em laboratórios. Com o desenvolvimento de um tecido cada vez mais semelhante à pele humana, a biociência avança em direção a uma prática mais ética e eficiente.

“Uma das nossas missões é desenvolver alternativas que permitam acabar com os testes em animais no futuro,” reforçou a coordenadora.