Nova Lei na Flórida Proíbe Carne de Laboratório e Impulsiona Produção de Carne Bovina Real
ECONOMIA


Imagem: Freepic
Uma nova legislação na Flórida, apresentada como uma forma de proteger os agricultores e a "integridade da agricultura americana", proíbe a produção e venda de carne de laboratório no estado. A Lei SB 1084, além de proibir a carne de laboratório, incentiva o aumento da produção de gado e o consumo de carne bovina 100% real.
Durante a assinatura do projeto de lei na última quarta-feira, o governador declarou: "Nossa administração continuará focada em investir em nossos agricultores e pecuaristas locais, e vamos salvar nossa carne bovina."
Entretanto, por trás dessa medida, interesses econômicos também estão em jogo. A Flórida possui o 12º maior rebanho de vacas nos Estados Unidos, representando 3% do total da indústria no país. Quase metade das terras agrícolas do estado são destinadas à produção de gado, movimentando mais de US$ 670 milhões de dólares por ano, de acordo com dados da Universidade da Flórida.
Durante seu discurso, o governador da Flórida Ron DeSantis também criticou os defensores da carne de laboratório como uma forma de combater as mudanças climáticas, além de líderes globais que promovem alternativas como o consumo de insetos. Segundo ele, a Flórida está lutando contra "o plano da elite global de forçar o mundo a comer carne cultivada em uma placa de Petri ou insetos para alcançar seus objetivos autoritários".
No entanto, empresas como a Good Meat, pioneira na venda de carne feita em laboratório, manifestaram desapontamento com a assinatura da lei. Atualmente, cerca de 60 startups ao redor do mundo desenvolvem esse tipo de alimento.
Apesar de o consumo e produção de carne vermelha terem se tornado alvo de ativistas ambientais, os benefícios ambientais da carne de laboratório ainda geram dúvidas. A energia necessária para produzi-la em grande escala pode ser maior do que a usada pela indústria de carne convencional, e seu custo de produção também é significativamente mais elevado, ficando entre US$ 17 a US$ 23 dólares por quilo, comparado aos US$ 5 dólares por quilo da carne bovina natural.
A Flórida se torna o primeiro estado a proibir a carne cultivada, enquanto medidas semelhantes estão em andamento em outros estados como Arizona, Alabama e Tennessee.