Mineira diz que vai ao espaço, mas NASA desmente e expõe polêmica nas redes
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“Estou indo para o espaço!” — foi com essa frase impactante que a jovem mineira Laysa Peixoto, de 22 anos, surpreendeu seus mais de 150 mil seguidores nas redes sociais ao anunciar que faria parte de uma missão espacial.
Segundo a própria publicação, Laysa teria sido aceita como astronauta da turma de 2025 da empresa Titans Space e participaria de um voo inaugural em 2029. A revelação rapidamente viralizou, impulsionada por imagens da brasileira com o tradicional macacão azul da NASA, além de registros em palestras, entrevistas e artigos que a apresentavam como símbolo de representatividade feminina na ciência.
A história parecia inspiradora. Laysa afirmava trabalhar para a NASA desde os 19 anos e chegou a ser citada como a possível primeira brasileira em missão espacial.
Mas foi aí que começaram as dúvidas.
Um canal brasileiro no YouTube especializado em notícias sobre astronomia e exploração espacial fez um levantamento detalhado sobre as alegações da jovem — e o resultado revelou uma série de inconsistências no currículo divulgado por ela. Projetos citados por Laysa não constavam em bases de dados da NASA, tampouco em publicações científicas relevantes.
“Esses dois projetos eu não encontrei em lugar nenhum… essa história vem se arrastando, e isso vem piorando”, comentou o criador do canal durante a apuração.
A situação ganhou ainda mais repercussão após um pronunciamento oficial da própria NASA. Em nota, a agência espacial americana esclareceu que Laysa Peixoto não possui qualquer vínculo com a instituição. Ela não é funcionária, nem pesquisadora principal, nem candidata a astronauta.
O comunicado afirma ainda que Laysa participou, de fato, do programa L’Space Academy, promovido pela NASA para estudantes de ciência e engenharia. No entanto, trata-se de um workshop acadêmico, sem qualquer vínculo profissional ou programa de treinamento de astronautas.
“O L’Space é uma experiência educacional e não constitui um emprego ou estágio. Seria inapropriado alegar afiliação à NASA com base nessa participação”, conclui a nota oficial.
Mesmo assim, Laysa chegou a se apresentar em escolas, universidades e eventos como palestrante, sendo vista por muitos como uma figura inspiradora para meninas na ciência.
Diante da repercussão negativa, o perfil de Laysa no LinkedIn foi excluído e, até o momento, ela ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.
A história, que começou com um sonho de alcançar as estrelas, agora levanta um debate importante sobre a responsabilidade na divulgação de informações e a linha tênue entre inspiração e ficção nas redes sociais.