Mercado imobiliário da Flórida desacelera, mas brasileiros seguem entre os maiores investidores
A Flórida já foi vista como o paraíso dos aposentados e dos investidores imobiliários, mas o cenário mudou. O mercado superaquecido, que começou durante a pandemia e se estendeu até meados de 2023, praticamente esfriou.
Os juros altos e o aumento dos preços das casas têm afastado compradores. “Está cada vez mais difícil conseguir financiamento e, quando se consegue, os valores das casas já estão em um patamar que não cabe no bolso da maioria das famílias”, afirmou Lúcio Santana, especialista em financiamento imobiliário (mortgage).
A situação é ainda mais complexa no estado do sol brilhante, onde outros fatores pesam no orçamento. Além do valor dos imóveis, o seguro residencial e os impostos sobre a propriedade aumentaram significativamente, principalmente em áreas atingidas por furacões.
Um exemplo claro dessa mudança vem do ranking do Bankrate: a região de North Port, Sarasota e Bradenton, que em 2023 estava entre as cinco áreas mais aquecidas do país, hoje aparece entre as cinco mais frias. Esse movimento levanta dúvidas sobre uma possível “quebra” do mercado imobiliário.
Para o corretor de imóveis Eduardo Pavone, não se trata de crise, mas de ajuste natural após o período de euforia. “Não estamos vivendo um colapso imobiliário. É uma correção de preços depois do boom da pandemia. O mercado está encontrando o equilíbrio”, explicou.
Apesar da desaceleração, os investidores estrangeiros continuam apostando na Flórida. Miami e áreas metropolitanas como Brickell, Doral e Sunny Isles seguem movimentadas, com estrangeiros representando mais de 45% das transações internacionais no primeiro trimestre de 2025.
Segundo levantamento da Florida Realtors, o Brasil aparece em segundo lugar no ranking de volume financeiro investido na compra de imóveis residenciais na Flórida, atrás apenas do Canadá.
“A Flórida continua sendo o maior destino global para investidores estrangeiros, e Miami lidera como a cidade mais procurada por compradores internacionais”, destacou o relatório.
O futuro pode não ser de explosão de preços como no passado recente, mas segue claro que os brasileiros continuam firmes no mapa do investimento imobiliário americano.