Inflação Freia Gastos de Verão nos EUA, Revela Pesquisa da KPMG
ECONOMIA
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Nem as altas temperaturas previstas para o verão deste ano serão suficientes para aquecer as vendas no comércio que gira em torno das férias nos Estados Unidos. Uma pesquisa recente da KPMG, que avaliou os hábitos de consumo de 1.100 adultos, revelou que a maioria dos americanos planeja gastar menos este verão em restaurantes, viagens, entretenimento e produtos de cuidados pessoais. Este resultado contrasta fortemente com a temporada de 2023, quando a economia foi impulsionada pelo consumo desses mesmos itens.
Em média, os americanos esperam reduzir seus gastos com refeições fora de casa em 9%, com entretenimento em cerca de 8%, e com despesas de viagens em 7%. A principal culpada por essa mudança nos hábitos de consumo é a inflação, um velho conhecido.
"Com os preços dos alimentos e os custos de habitação ainda subindo, os americanos sentiram no bolso a necessidade de pisar no freio com gastos não essenciais," afirma John Rosen, professor adjunto de Economia na Universidade de New Haven.
Rosen explica que a percepção dos consumidores sobre esses gastos é essencial para entender suas decisões econômicas. "Há muita investigação psicológica em oposição à investigação econômica sobre coisas como hipotecas, rendas, serviços públicos, gasolina, coisas assim, que são necessidades básicas. As pessoas não gostam desses gastos. Eles pensam nisso como um imposto."
Os preços elevados estão fazendo com que os consumidores reconsiderem suas prioridades financeiras. "Quando os custos básicos aumentam, as pessoas são forçadas a ajustar seus orçamentos e cortar gastos não essenciais," ressalta Rosen.
Essa tendência de redução de gastos não apenas afeta os consumidores, mas também o comércio e a economia como um todo. Restaurantes, hotéis, parques de diversão e outros setores dependentes do consumo de verão estão se preparando para uma temporada mais fraca do que a anterior.
"O impacto psicológico da inflação não pode ser subestimado," observa Rosen. "Mesmo que os aumentos de preço não sejam exorbitantes, a percepção de que os custos estão subindo pode levar as pessoas a gastar menos."
A pesquisa da KPMG é um reflexo do clima econômico atual, onde a cautela e a contenção de gastos predominam. Com a inflação moldando os hábitos de consumo, as expectativas para o verão de 2024 são de um mercado mais frio, apesar das altas temperaturas.