Inflação Climática: A Nova Realidade Econômica Mundial

ECONOMIA

Karlla Marinho

10/10/20242 min read

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Tornados, furacões, inundações e incêndios florestais estão se tornando cenas comuns nos Estados Unidos. No Brasil, incêndios devastam a floresta, rios enfrentam secas históricas, e a qualidade do ar no sudoeste do país é uma das piores do mundo. Esses fenômenos climáticos cada vez mais severos impactam diretamente a vida das pessoas e afetam a produção e logística global, gerando o que especialistas agora chamam de "Inflação Climática".

O Dr. Rogério Carlos Born, cientista político e doutor em direito, alerta sobre o peso econômico dos desastres naturais. “Só no ano passado, os 25 desastres climáticos registrados nos Estados Unidos somaram mais de US$ 1 bilhão em perdas, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA),” explica. Esse prejuízo, ele ressalta, vai além das comunidades diretamente afetadas, se espalhando para toda a população, que sente o impacto nos preços de alimentos, combustíveis e seguros.

O empresário Richard Harary destaca que, embora possa parecer um problema recente, a humanidade sempre enfrentou e superou desafios climáticos. Porém, com a crise climática cada vez mais acentuada, é preciso uma abordagem coordenada para mitigar os efeitos econômicos e sociais desses desastres.

Em resposta aos impactos econômicos, governos e organizações em todo o mundo estão tomando medidas para enfrentar os desafios climáticos. Nos Estados Unidos, o governo Biden, em 2023, aprovou a Lei de Redução da Inflação, política climática que destina US$ 369 bilhões em incentivos para promover energia renovável e reduzir as emissões de carbono. A legislação busca minimizar as emissões das maiores fontes de poluição do país, como o setor de transporte e as usinas de energia.

Apesar dos esforços, Marcel Ligabo, geógrafo, questiona a eficácia dessas políticas, lembrando que o processo de transição para energias renováveis é lento e, no curto prazo, pode impactar economicamente os setores que ainda dependem de combustíveis fósseis. “Substituir a matriz energética atual por fontes mais limpas é um desafio complexo e urgente,” alerta.

Com o clima exercendo um papel cada vez mais central na economia global, a Inflação Climática surge como um novo fenômeno econômico que não só afeta o presente, mas também exige que governos, empresas e indivíduos se adaptem rapidamente a uma realidade marcada por eventos climáticos extremos e seus impactos financeiros.