Crise habitacional nos EUA agrava a situação de milhões de famílias sem teto

A falta de moradias acessíveis impede milhões de americanos e imigrantes de alcançar o sonho de uma residência estável

ECONOMIAIMIGRAÇÃO

Karlla Marinho

1/2/20251 min read

A dura realidade de famílias sem teto nos Estados Unidos revela uma crescente dependência de hotéis como moradia permanente. Impossibilitadas de arcar com aluguéis mensais ou financiamentos habitacionais, muitas pessoas acumulam dívidas impagáveis, agravadas pela alta inflação dos últimos anos.

Diante da alternativa de viver em carros ou nas ruas, muitas famílias optam por aluguéis de curto prazo em hotéis e motéis, que custam, em média, menos de $200 por semana. “Muitos consideram essa opção mais acessível, mas não conseguem sair desse ciclo para voltar a morar em uma casa”, explica Wagner Nolasco, corretor imobiliário.

De acordo com um relatório do Harvard Joint Center for Housing Studies, em 2024, 2,4 milhões de pessoas estavam vivendo em hotéis nos Estados Unidos. Contudo, manter esse padrão e, ao mesmo tempo, guardar dinheiro para retornar a uma residência tradicional é uma meta cada vez mais distante para muitas famílias, que acabam sendo forçadas a viver nas ruas. Dados recentes do governo americano mostram um aumento de 18,1% no número de pessoas em situação de rua, impulsionado principalmente pela escassez de moradias acessíveis.

Embora governos locais ofereçam fundos de habitação de emergência para abrigos temporários, não existem iniciativas suficientemente robustas para garantir moradias estáveis e de longo prazo. O governo federal também oferece vales-moradia para famílias de baixa renda pagarem aluguéis, mas a longa lista de espera impede que muitas dessas pessoas recebam o benefício a tempo de evitar o despejo.

A realidade habitacional nos Estados Unidos é um retrato fiel do impacto da crise econômica e social, onde o sonho de um lar se torna um desafio quase inalcançável para milhões de pessoas.