Corrupção global atinge níveis alarmantes, aponta relatório

ECONOMIA

Karlla Marinho

3/4/20252 min read

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O termômetro que mede a corrupção no mundo está em alerta máximo. Essa foi a conclusão da Transparency International, organização não governamental que divulga anualmente o Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Segundo o relatório mais recente, 47 dos 180 países avaliados registraram queda na pontuação, atingindo os níveis mais baixos desde a primeira edição do ranking global, em 2012.

"O que vemos é um retrocesso preocupante no combate à corrupção. Muitos países estão falhando em criar mecanismos eficazes para garantir a transparência e a responsabilização", afirma Rogério Carlos Born, cientista político.

O índice avalia a percepção da corrupção no setor público com base em 13 fontes de dados, incluindo relatórios do Banco Mundial, do Fórum Econômico Mundial e de empresas privadas de risco e consultoria. A classificação vai de 0, que significa um país "altamente corrupto", a 100, atribuído aos considerados "livres de corrupção".

A média global permaneceu inalterada em 43 pontos, mesma pontuação de 2023. A Dinamarca segue na liderança com 90 pontos, seguida por Finlândia (88) e Cingapura (84). Já a Nova Zelândia, que ocupava o terceiro lugar, caiu para a quarta posição ao perder dois pontos.

Os Estados Unidos também registraram queda, perdendo 4 pontos e assumindo a 28ª posição. "Nos EUA, a corrupção sistêmica dentro das instituições tem sido um problema crescente, especialmente na Suprema Corte, que, mesmo adotando um código de ética em 2023, ainda carece de mecanismos de aplicação eficazes", explica Born.

O Brasil, por sua vez, também perdeu posições no ranking. Com 34 pontos, ocupa agora o 107º lugar.

Além dos rankings, a Transparency International analisou o cenário da corrupção em regiões específicas. No Oriente Médio e no Norte da África, o relatório aponta que os esforços anticorrupção "permaneçam sem solução devido ao controle quase absoluto dos líderes políticos".

Situação semelhante ocorre na Ásia e no Pacífico, onde, apesar das promessas governamentais, "os avanços esperados no combate à corrupção não se concretizaram", destaca o relatório.