Brasileira recebe Green Card depois de 30 anos vivendo ilegal nos EUA
A baiana Lícia Maria Oliveira comemora a chegada do green card – o documento mais importante para os imigrantes residentes nos Estados Unidos.
BRAZUCAS DE SUCESSO
Até aqui, foram 3 décadas de uma jornada imigratória que para muitos parecia impossível. Isso porque Lícia é uma sobrevivente do tráfico de mulheres. Ela conta que só se deu conta da gravidade da situação depois que desembarcou no país. "Eles ficaram com meus documentos e me obrigaram a trabalhar de graça para pagar as despesas da viagem. Foram 2 anos de terror, mas eu sobrevivi e fugi do cárcere", declara.
Na Flórida ela pode recomeçar, mas, sem documento, o sonho de rever a filha mais velha que ficou no Brasil e os pais ficava cada vez mais distante.
O tempo foi passando, ela casou com um cidadão americano, teve mais 2 filhos, mas nem assim conseguiu se legalizar até que ela compartilhou sua história com um amigo.
"Esse amigo trabalhou na Polícia Federal no Brasil e fez alguns contatos e finalmente conseguir renovar o passaporte que ficou com as pessoas que me trouxeram para os Estados Unidos. Sem esse documento eu não tinha como dar entrada no meu processo de residente permanente", afirma.
E foi pelo filho mais velho que o green card chegou nas mãos da Lícia. Foram mais 9 anos de espera até ele completar a maior idade.
Para os especialistas, antes de pensar em desistir, o imigrante precisa buscar orientação correta para não comprometer a possibilidade de legalização.
A história da Lícia mobilizou a comunidade brasileira. Amigas e clientes da manicure fizeram uma surpresa doando um valor em dinheiro para ajudar no tão sonhado retorno a terra natal.
E depois de 30 anos de espera, o reencontro já tem data marcada.
"Ainda neste ano vou finalmente rever minha filha e minha mãe, parece um sonho", finaliza.