Agricultura Espacial: A Brasileira Que Está Fazendo História no Cultivo Fora da Terra

Arquivo pessoal

Dos filmes de ficção científica para os laboratórios da vida real, a pesquisadora brasileira Rebeca Gonçalves está transformando o que antes parecia impossível em realidade. Rebeca é a primeira brasileira a se destacar no campo da agricultura espacial, desenvolvendo um sistema inovador para plantações em solo extraterrestre.

O regolito, nome científico para este tipo de "terra", não contém matéria orgânica e foi criado pela NASA para simular o solo encontrado no planeta Marte. A missão de Rebeca era simples na teoria: plantar e colher neste solo simulado. E ela conseguiu.

“Foi um desafio enorme, mas ver as plantas crescerem e produzirem foi uma experiência extraordinária. Conseguimos mais de meio quilo de produtos frescos de três espécies diferentes”, celebra Rebeca Gonçalves.

Uma das grandes descobertas de sua pesquisa foi que o tomate teve um desempenho excepcional quando cultivado com a técnica milenar da consorciação, onde diferentes espécies são cultivadas juntas. Essa técnica resultou na produção de mais alimentos e na otimização de recursos preciosos como água e nutrientes.

“A consorciação mostrou-se extremamente eficiente, especialmente no ambiente desafiador do regolito. Os tomates não só cresceram, mas prosperaram, algo que não era esperado inicialmente”, explica Rebeca.

O trabalho de Rebeca, que ela mesma descreve como um sonho que nunca imaginou ser possível, faz parte de seu mestrado em Astrobiologia na Universidade e Centro de Pesquisa de Wageningen, na Holanda. Este projeto, que já colocou seu nome "escrito nas estrelas", é apenas o começo de uma jornada promissora.

Rebeca lidera um grupo de pesquisadores que desenvolve sistemas agrícolas para a missão Artemis da NASA, que planeja estabelecer um assentamento humano permanente na Lua na próxima década. Suas descobertas, no entanto, já podem beneficiar a humanidade hoje, tornando o cultivo agrícola mais eficiente aqui na Terra.

“As técnicas que estamos desenvolvendo para o espaço têm um enorme potencial de aplicação em solos degradados na Terra, ajudando a aumentar a produtividade e a sustentabilidade agrícola”, destaca a astrobióloga.

Nos últimos anos, a contribuição de brasileiras para a pesquisa espacial tem crescido significativamente. Engenheiras, cientistas e futuras astronautas estão cada vez mais presentes na corrida aeroespacial, demonstrando que o céu não é mais o limite para aqueles que sonham e trabalham duro.

“Espero que meu trabalho inspire outras mulheres e jovens a perseguirem seus sonhos no campo da ciência e tecnologia. O futuro é vasto e cheio de possibilidades”, afirma Rebeca Gonçalves.

Para mais essa desbravadora do desconhecido, que tornou possível mais uma etapa dos planos de futuro da humanidade, fica o legado de inovação e inspiração para as próximas gerações. Rebeca Gonçalves prova que com dedicação e perseverança, os sonhos podem se tornar realidade, e até mesmo o solo de Marte pode florescer.