A Importância de Falar Menos e Ouvir Mais

Especialistas Orientam Pais sobre Saúde Mental Infantil

EDUCAÇÃOMUNDO

Karlla Marinho

5/22/20242 min read

Em um mundo cada vez mais conectado e acelerado, a saúde mental das crianças tem se tornado uma preocupação crescente entre pais e educadores. Especialistas recomendam que os pais adotem uma abordagem mais atenta e menos falante, incentivando um ambiente onde os filhos possam expressar suas emoções e sentimentos livremente.

A psicóloga Julie Amaral destaca a importância de iniciar conversas sobre saúde mental desde cedo. "Assim como as crianças aprendem a andar e a falar, também é possível desenvolver habilidades quando se trata de saúde mental", afirma Amaral. Ela enfatiza que o diálogo aberto e a escuta ativa são essenciais para o desenvolvimento emocional saudável das crianças.

Muitos pais se perguntam qual a idade certa para começar a abordar o tema da saúde mental com seus filhos. De acordo com os especialistas, quanto mais cedo, melhor. Pesquisa do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) revela que os transtornos mentais, comportamentais e de desenvolvimento frequentemente começam na primeira infância. Nos Estados Unidos, 1 em cada 6 crianças entre 2 e 8 anos já foi diagnosticada com algum tipo de transtorno.

A Dra. Whitney Raglin Bignall, Diretora Clínica Associada da The Kids Mental Health Foundation, reforça a importância dessas conversas desde a primeira infância. "As conversas são fundamentais para o desenvolvimento saudável e o bem-estar de uma criança, mesmo que ela ainda esteja na primeira infância", explica Bignall. Ela compartilha uma experiência pessoal: "Eu tenho um bebê de 16 meses. Ele às vezes não gosta quando tenho que dizer 'não'. Então eu digo a ele: eu sei que você está com raiva porque eu não deixo você tocar nesse objeto tão perigoso. Isso o ajuda a ver que sei que ele está bravo."

A abordagem de ouvir mais e falar menos não se aplica apenas aos bebês, mas também aos filhos mais velhos. As crianças de hoje enfrentam desafios únicos e complexos que gerações anteriores não experimentaram. Estabelecer um canal aberto de comunicação onde elas se sintam compreendidas e apoiadas é crucial para lidar com essas novas situações.

Os especialistas concordam que criar um ambiente onde as crianças se sintam seguras para expressar suas emoções pode prevenir o desenvolvimento de problemas mais graves no futuro. Amaral e Bignall sugerem que os pais façam perguntas abertas, ouçam sem interromper e validem os sentimentos dos filhos, mostrando empatia e compreensão.

A dica final dos especialistas para os pais preocupados com a saúde mental dos filhos é simples, mas poderosa: fale menos, ouça mais. "A escuta ativa e empática é uma ferramenta poderosa para apoiar a saúde mental e o desenvolvimento emocional das crianças", conclui Julie Amaral. Em última análise, promover um ambiente de diálogo aberto pode fazer toda a diferença na vida de uma criança.